segunda-feira, 28 de julho de 2014

Fracasso nas negociações entre GCM e prefeitura de São Bernardo pode acabar em greve.

Cerca de 40 funcionários protestaram esta semana em frente à sede da Guarda - Foto: Divulgação 
A Guarda Civil Municipal (GCM) de São Bernardo não descarta entrar em greve caso fracassem as negociações em curso sobre a projeção horizontal na carreira, que trata de adequar a profissão ao regime estatutário, prevendo a cada três anos aumento no salário base dos funcionários, a exemplo do que já ocorre com os outros servidores.
A categoria quer aumento de 5% a cada três anos e a prefeitura oferece 1% a cada triênio para apenas 25% da corporação. “A possibilidade de greve sempre existe nessas situações”, declarou o presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos de São Bernardo (Sindserv SBC), Giovani Chagas.
“Queremos que o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) seja discutido separadamente para a GCM, já que a nossa função tem características específicas que a diferenciam muito das outras. Isso ocorre com a Educação e temos um parecer do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de que seria melhor para nós, também. Discutir a proposta de uma forma geral é ruim para todo mundo”, completou o sindicalista. “Essa proposta, de 1% a cada três anos, é ridícula e não podemos aceitar”, destacou o guarda e integrante do Comitê de Base Sindical, Josias de Carvalho.
Manifestação organizada em frente à sede da guarda na última quarta-feira (23) reuniu cerca de 40 funcionários para protestar contra o reajuste e também por melhores condições de salários. Segundo os oficiais, a situação das viaturas é precária, com muitas fora de circulação. Os oficiais reclamam também de exercerem funções além de suas atribuições, como agentes de trânsito e de fiscalização ambiental, além de não contarem com atendimento psicológico. “Na inspetoria do Riacho Grande, ontem (25), só tinha uma viatura funcionando. As outras estão encostadas. Fora que muitas circulam sem condições adequadas”, completou Carvalho.
Outro lado
Em entrevista do Diário Regional, o secretário de Segurança Urbana, Benedito Mariano, rebateu as críticas. Sobre o PCCS, Mariano afirmou que não participa das negociações, lideradas pela Secretaria de Administração, mas pontuou que não acredita em greve no meio das discussões. “Inclusive, na próxima semana haverá nova reunião”, declarou. O secretário destacou que está sendo debatido novo enquadramento para a GCM, que prevê evolução salarial para os funcionários mais antigos.
Sobre as viaturas, Mariano estima que ao menos 95% da frota tenha menos de cinco anos e que em 2014 serão adquiridos entre 10 e 15 novos veículos. “Existe um desgaste natural dos equipamentos, mas nada que comprometa o trabalho”, detalhou.
Em relação ao atendimento psicológico, o secretário garantiu que, desde 2012, convênio com a Fundação ABC garante atendimento à corporação e que mais de 100 oficiais já foram atendidos (de um total de mil). “A melhora percebida pelo acompanhamento do Centro de Formação é grande, especialmente no relacionamento interpessoal”, concluiu. “O comitê não tem acesso a esses dados”, contrapôs Carvalho.
Finalmente, sobre as atividades fora das atribuições, o secretário afirmou que é obrigação do guarda que atua na inspetoria ambiental fiscalizações com esse caráter, também atuação como guarda-vidas, e que apenas os funcionários que manifestam interesse são credenciados para atuar como agentes de trânsito. “Na verdade, nos informaram sobre os cursos e sobre as atuações, e não criamos objeção, mas também não é verdade que é voluntário”, rebateu Carvalho.

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